sábado, 22 de novembro de 2008

Francisco Martins dos Santos


Nasceu em Santos, a 5 de fevereiro de 1903, cursou o Ginásio Santista até o 1º ano secundário. Em 1915 foi para S. Paulo, onde cursou o Liceu Salesiano (do Sagrado Coração de Jesus). A gripe espanhola interrompeu seus estudos de Direito, Letras e em Biblioteconomia. Ainda assim, anos mais tarde, formou-se em Ciências e Letras, em São Paulo, e em Biblioteconomia, no Rio de Janeiro.
Tendo desistido dos estudos jurídicos, em São Paulo, e de volta a Santos, dedicou-se ao jornalismo, trabalhando, a partir de 1920, em todos os jornais santistas.
Começou a se destacar nas rádios de Santos e de São Paulo a partir de 1933.
Nos teatros, foi barítono e tenor dramático, especializado no gênero operístico, canções napolitanas e no folclore brasileiro de câmara, apresentando-se com acompanhamento de piano e grande orquestra sob várias regências. Em 1939, foi classificado, pela grande Besanzone, como tenor dramático excepcional e por ela convidado a ingressar no seu elenco, no Rio de Janeiro, o que fez em 1940, ali estudando com o tenor comendador Romeu Boscacci, de Milão, e cena, com o mestre do Municipal do Rio de Janeiro, na Temporada Oficial, cantando o 2º tenor na ópera "Tiradentes", sob a regência do autor, maestro Eleazar de Carvalho.
Em 1938 inspirou a fundação do Instituto Histórico e Geográfico de Santos, conseguindo com o santista Valentim F. Bouças a doação do prédio onde essa entidade se instalou.
Participou da fundação da Uniter - Organização de Ciências, Letras e Artes, e do PEN Clube (Pensadores, Escritores e Novelistas), ambos na então capital federal.
Venceu vários concursos oficiais de poesia, biografias e literatura. Ganhou medalhas de ouro pelos poemas "Cidade Ninféia", "Cidade Eleita", "Poema da morte de Braz Cubas para o pórtico de minha história". Venceu o Concurso Literário Rui Barbosa, promovido pela Câmara Municipal de Santos, e o Concurso de Poesia Martins Fontes, promovido pela Prefeitura Municipal de Santos.
Polemista, conseguiu que São Vicente fosse oficialmente reconhecida pelo Congresso Nacional e pelo Governo Federal como "Cellula Mater da Nacionalidade".
Denunciou pela imprensa a invasão do território santista pelo município de Cubatão, seu ex-distrito, provando que a Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa) estava parcialmente construída dentro das terras santistas, o que daria direito a Santos de tributar essa siderúrgica. Lutou para que fosse construída uma ponte entre as áreas insular e continental de Santos, permitindo a integração do território municipal.
Faleceu em 11 de outubro de 1978, em São Vicente, onde presidia, então, o Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente.

Oásis da Crença

Se trazes na garganta o apelo inconformado
Das dores que colheste em duras provações...
Se sofres sem remédio o açoite desvairado
De todos os desgostos e desilusões...
Repara neste abrigo e vê que abençoado
Oásis aromal de amenas vibrações...
Que reino encantador, feliz e descuidado,
Com pássaros a rir, em chilros e canções...
É nele que descansa a caravana antiga
Daqueles como tu, que buscam, desde a aurora,
A paz interior e uma esperança amiga...
Repousa nesta sombra e esquece o que há lá fora...
Verás, no coração do oásis que te abriga
Que tudo em ti renasce,
e as dores vão-se embora!...
Francisco Martins dos Santos

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