sábado, 4 de outubro de 2008

Fábio Monteiro

Eu ando alheio, há muito, ao que se passa
sob a miséria e os torvelinhos da rua;
desconheço o clamor da população
e a vaidade, que em tudo tumultua.
Vivo do seu amor, da sua graça,
e adoro, sob a névoa que flutua,
através da cortina e da vidraça,
a palidez romântica da lua.
Em cada riso, em cada olhar, em cada
anseio que de ti me vem, querida,
sinto que cada vez és mais amada.
E assim, longe do mundo, refletida
tua alma na minh'alma, és alvorada
cantando o poema esplêndido da vida!

Monumento situado no jardim da praia próximo ao Aquário Municipal de Santos

Nasceu em Santos a 26 de maio de 1891 e faleceu a 21 de agosto de 1920. Foi um dos redatores da revista "O Verso".
Publicou: "Jornada Lírica" (poesias, 1920); "Flâmulas" (poesias, 1925 - obra póstuma).

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