
Plínio estreou como dramaturgo aos 22 anos, com a peça Barrela (1958), inspirada na história real de um garoto que era seu vizinho, em Santos. Estuprado na cadeia, o menino matou, tempos depois, todos aqueles que o sodomizaram. A peça estreou no Centro Português com atores que ganhariam fama: Milton Gonçalves, Joel Barcelos e Fábio Sabag. Foi apresentada no II Festival Nacional de Teatro de Estudantes, evento organizado por Paschoal Carlos Magno. Barrela provocou polêmica e escândalo e foi vetada pela censura. E, por sua linguagem, permaneceria proibida durante 21 anos.
A censura a Barrela foi apenas a primeira de uma série de proibições. Sob o signo da censura, Plínio vive até os anos 80 sem fazer concessões, sendo intensamente produtivo e sempre norteado pela cultura popular. Quando a censura impedia a divulgação de seu trabalho, ele ganhava a vida vendendo seus livros na rua. Mas as peças que eram censuradas no Brasil faziam sucesso em Nova York, Paris e Buenos Aires.
Com a abertura política, as mudanças trazem uma nova fisionomia para o teatro brasileiro. As peças de Plínio também dão uma guinada, mas ele volta a impressionar com o romance Na Barra do Catimbó (1984), e a peça Madame Blavatsky (1985). O tarô, que aprendera no circo, assume outro peso na vida de um Plínio que se volta para as questões místicas e religiosas. É a época de Jesus Homem, Balada de Um Palhaço e A Mancha Roxa.
Plinio faleceu em São Paulo, aos 64 anos, no dia 19 de novembro de 1999, de falência múltipla dos órgãos. Deixou inacabadas a peça infantil Seja Você Mesmo e O Bote da Loba.
Nenhum comentário:
Postar um comentário